A ela...

Que encontrou um caminho tão dificil e chegou ate onde ninguem havia conseguido chegar.
Que fechou a entrada e não deixa ninguem mais entrar.
A ela.

Aquela boca.

Sentou na beirada da cama.Caderno em mãos.Lápis que já rabiscava o canto de um folha em branco, uma busca à inspiração.Fechou os olhos por poucos segundos, suspirou por enxergar um nada, um nada sem cor.Escutou batidas fortes na porta.Seu coração acelerou, e quase parou quando a viu entrar.Linda, mesmo que dissessem que não.Sempre o seria, extremamente linda!Ah, aquele sorriso.Baixou os olhos para a folha em branco.Passou a escrever.Com os olhos alternava entre o caderno e a boca daquela garota.Escrevendo como se tivesse a desenhando.Pintou os traços por horas, as palavras saíram fácil, como o contorno de sua boca.Só parou quando sua mão já não se aguentava de dor.Levantou num salto deixando a outra, sem entender a brusca atitude.A abraçou com força antes de juntar as bocas e demonstrar em um ato de segundos, as varias paginas escritas jogadas no chão.

É tarde

O sol já se escondeu por entre as aguas,

naquela mesma cachoeira.

Ja esta bem tarde para o meu corpo,

ele insiste em me trair e querer se entregar ao sono.

Não quero sonhar,

quero ficar bem acordada

pensar na delicia que pode ser minha dor,

ou na extrema dor que pode sugar essa delicia.

Já é tarde,

pra tanta sofrimento,

pra tanta duvida,

é muito tarde para tanto amor.

"Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é!''

Constante

Será que isso nunca vai sair de mim?

Desejo que me consome inteira?

Que instiga meus sentidos,

Que me faz perder o ar nas noites quentes,

Que faz doer meu corpo todo?

Será mesmo que isso nunca vai sair de mim?